segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Por que tantas dores?

Dores do Magistério
Gildo Alves Bezerra
Não vou falar de dor só porque quero
Ou sinto só.
Mas, irei falar das dores do Magistério.
Não existe mistério.
Existem dores que são peculiares ao magistério.
                       Muitos tentam negar.
                       Mas, tem dor que a nós é peculiar.
A sensação de sofrimento, decorrente de lesão.
É comum a outros trabalhadores
Também por falta das condições de trabalho.
Mas, as dores ao escrever no “quadro negro”.
Somente aos educadores são peculiares.
                                       Acredito que você pode perceber
                                      No mundo que nos circunda – o mundo do trabalho.
                                      E que também até agora não me atrapalho,
                                      No que quero dizer.
Oxalá! Também você poça perceber
Que não falo só por mim.
Mas, por nós.
Sou e uso essa ferramenta como nossa voz.
               Não existirá dor maior do que a perda de nossa voz.
               Alguém pode dizer também tem outros profissionais
               Que tem nó nas cordas vocais.
Mas, é bom esclarecer de onde falo
Não calo outro trabalhadores
Pois, não me vejo apenas como categoria
O bom sempre foi se perceber enquanto classe social.
                                                 As dores dos trabalhadores são sem igual
                                                De um modelo econômico que prima pela injustiça social.
                                                Afinal, “A história de todas as sociedades que existiram
                                                Até nossos dias tem sido a história das lutas de classes”.
Os poetas Mauro e Paulo Sérgio Pinheiro
Disseram no “canto das três raças”
E a cantora magnânima Clara Nunes entoou
Um cantar de dor
Do índio, Negro e trabalhador.

                                                Mas, mesmo sabendo que o contexto mudou
                                               Só a luta transforma a vida do índio, negro e trabalhador
                                               Para que possamos cantar e entoar
                                               Cantos de alegria, liberdade...
Em nome de nossa ancestralidade
Nosso canto de liberdade
Não pode destoar
 Do que nos ensinou o nosso pensador
Que vivenciou a dor do trabalhador.
Afinal, “ A história de todas as sociedades que existiram
Até nossos dias tem sido a história das lutas de classes”.
                         Mas, seria bom entender que as dores do educador.
                         Pouco interessa a elite,
                         Da casa-grande que sempre representou
                        Neste cenário o papel de opressor.
Do índio, negro e trabalhador
Na história das lutas de classes
Não dar para nos iludir
E construir alianças
Com quem sempre estar anos excluir.
                                                           Aos índios, negros e trabalhador
                                                        Cabe descobrir qual é nosso papel neste cenário-
                                                         De dor.
Relicário da memória coletiva.
              O índio e o negro lamentam
              Mas, não choram
              Cantam, dançam suas memórias
              Fora das escolas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Mas, Lutam pelo direito Á memória
E dizem que a resistência nos revigora
E transforma a História.


          







segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Qual caminho a seguir?


Como entender

Gildo Alves Bezerra

Às vezes é difícil perceber

que um espírito infeliz

não percebe o que a gente diz.

e toma para si

as dores de outro

que faz a muitos infelizes.

           A injustiça tem endereço.

           A denúncia e a indignação

           tem meu apreço.

O preconceito existe

e persiste

nas dores do passado,

na vivência do presente- nas diversas formas e conteúdo.

                                                                                      Mesmo parecendo algo absurdo

                                                                                       Na escola tem forma e conteúdo.

                                                                                       Como negar o direito à memória?

                                                                                       Não é o preconceito de agora?

O índio e o negro lamentam

Mas, não choram

Cantam suas memórias

Fora da escola!!!!!!!!!!!

        Mas, lutam pelo direito à memória

        e dizem que a resistência nos revigora

        e transforma a história.

 

sábado, 18 de outubro de 2014

Construtor(a) de Sonhos


Construtor de sonhos

Gildo Alves Bezerra

 

Canto o sol da liberdade

A paixão de quem partiu

e deixou saudade.

             Tenho o canto de alento.

             Mas, também de lamento.

Minha voz vibra: em nome da solidariedade,

na luta contra a injustiça - ao homem do campo e da cidade.

              Tudo, em nome da liberdade,

               da justiça social- no combate,

               as exclusões: social, econômica, política, educacional etc.

Quem sou?

Sou nordestino, menino,

aprendiz da liberdade

e prisioneiro de um mundo das exclusões...

principalmente dos negros e índios.

Sou professor (a)

Construtor (a) de sonhos.

                   Para uma realidade de transformações.

 

 

quinta-feira, 7 de março de 2013

Malungos

Malungos

Gildo Alves Bezerra

Não somos mais o companheiro
Durante a desafortunada  viagem
Dos navios negreiros.

O momento é outro
Mas, precisamos nos sentir
Como malungos.
Os mares são outros
Mais a tormenta da exclusão social, da desigualdade,
Da injustiça continua.

O  tumbeiro do momento é o deus mercado
Fragmentando as identidades do indivíduo e da nação
Visando o controle da consciência coletiva.

O indivíduo sozinho pouco
Representa em termos de exigir mudanças sociais.
Perdem-se as esperanças e o entusiasmo para ações coletivas.*

O deus mercado
Desqualifica todo o processo
De agrupamento social
Com propósito transformador.

Temos que perceber quem é que deseja ser o timoneiro
Do navio tumbeiro
Do deus mercado.

Aos sem-história e identidade resta comprar
O indivíduo sem identidade é um perdido
Ele não formará fileiras
Não ameaça o status quo. *

Voltemos ao passado
Para sermos companheiros
Malungos
Em defesa da igualdade e
da justiça social.

Em um céu todo estrelado
De sonhos, de alegrias
A partir da construção coletiva
Da socialização da produção econômica , política, social etc.

* Ver-Cuti.

Mama África

Mama África
Chico César

Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E  tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas casas Bahia... (2x)

Mama África, tem
Tanto o que fazer
Além de cuidar neném
Além de fazer denguim
Filhinho tem que entender
Mama África vai e vem
Mas não se afasta de você...

Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
nas casas Bahia...

Quando mama  sai de casa
Seus filhos de olodunzam
Rola o maior jazz
Mama tem calo nos pés
Mama precisa de paz...

Mama não quer brincar mais
Filhinho dá um tempo
É tanto contratempo
O ritmo de vida de mama...

Mama África
a minha mãe
é mãe solteira
e tem que fazer
mamadeira 
todo dia
além de trababalhar como empacotadeira
nas casas Bahia...(2x)

é do Senegal
Ser negão, Senegal...

deve se legal
ser negão, Senegal...(2x)

mama África
a minha mãe
é mãe solteira
e tem que
fazer mamadeira
todo dia
além de trabalhar
como empacotadeira
nas casa Bahia...(2x)


Mama África
A minha mãe
Mama África
A minha mãe
Mama África...

A ousadia poética se revela na criação do verbo “olodunzar”, no verso “quando mama sai de casa/seus filhos se olodunzam/ rola o maior jazz”. Ora se Olodum vem Olorum, o Deus supremo entre os Iorubas (que mora em Orum, o além, o infinito), não podemos esquecer que, para o Brasil atual, Olodum é música de negro.  Nara Lima
Ver livro ”o negro em versos - uma antologia da poesia negra brasileira”

terça-feira, 6 de outubro de 2009

02/10/2009
O Brasil derrota os corvos – Emir Sader, no Carta Maior www.cartamaior.com.br



“Corvo” foi o nome que ganhou Carlos Lacerda, como ave que busca rapina onde houver, senão, inventa. É o espírito udenista, golpista, que sucumbiu sucessivamente à liderança de Getúlio e das forças populares. Não ganhavam eleições, iam bater nas portas dos quartéis (“vivandeiras de quartel”, eram chamados), para tentar, pela força, o que não conseguiam pela persuasão. Até que, com o apoio decidido do governo dos EUA e da mídia – a mesma que agora: Globo, Folha, Estadão -, deram o golpe e instauraram a ditadura militar, que tantos males fez ao país.

Suas características são muito similares às dos corvos de hoje: são brancos, de classe média, odeiam o povo, tem seu núcleo básico em São Paulo, se agrupam em torno da imprensa, tem uma sólida convicção de que tem razão (mesmo contra todas as evidências e a grande maioria dos brasileiros), se refugiam em denuncias moralistas, detestam a América Latina e o sul do mundo (adorando os EUA e a Europa), crêem que São Paulo é a “locomotiva do país”, que arrasta os outros estados preguiçosos (o mesmo sentimento da sublevação de 1932, que eram separatistas). Também tem como característica ser sempre derrotados, tendo que apelar para suas armas preferidas – a força dos golpes e o monopólio da imprensa.

A campanha para trazer as Olimpíadas ao Brasil possibilitou distinguir os que amam o Brasil, mais além dos seus problemas e com todos os seus problemas, e os que têm suas almas corroídas pelo ódio, torceram e militaram contra o Brasil. (Um deles convenceu seus leitores a tal ponto que numa consulta que fez, ganhou Chicago contra o Brasil.) Agora se vestem de luto – a cor dos corvos – e já tem temas para amargurar o resto das suas vidas até 2016. Para os que têm alma pequena, segundo Fernando Pessoa, a vida não vale a pena.

Estão há anos incomodados que o Brasil dê certo governado por um operário, sindicalista de base, nordestino, sem diploma universitário, que perdeu um dedo na máquina, enquanto aquele do qual são viúvas - supostamente a pessoas melhor qualificada para dirigir o Brasil - fracassou estrepitosamente e é repudiado pelo povo. Tem a alma corroída pelo ódio, pelo despeito, pelo rancor.

Lula tinha que dar errado, como Evo tinha que dar errado, como Hugo Chávez tinha que dar errado. Um é de origem nordestina e operária, o outro é indígena, o terceiro é um mulato. Mas quem fracassou foram os tucanos, aqui, com FCH, na Bolívia, com Sanchez de Losada, na Venezuela, com Carlos Andrés Perez. Não por acaso o governo de FHC apoiava àqueles, Lula apóia aos que os sucederam e, estes, por sua vez, têm a Dilma como candidata.

Essa geração de lacerdistas, corvos do século XXI, precocemente envelhecidos, pela frustração e pelo rancor, vegetarão o que lhes resta viver, ruminando reclamações contra o Campeonato Mundial de 2014 e contra os Jogos Olímpicos de 2016. Enquanto a caravana do povo brasileiro passa.
Poesia e Sapato

Quem dera...

Fosse Laranjeiras assim Rainha

do Cotinguiba quão beijo de moça

virgem não há mais o Sapateiro

nem laranjas mas a poesia ainda existe!

Laranjeiras encantadora fértiLaranjeiras

de canaviais acinzentada por onde anda

teu POVO bendito em versos de amor

no cântico do Sapateiro?

Ah! Laranjeiras de vidas doces amargas

Laranjeiras Berço Imaterial Patrimônio

da Cultura Popular Reisados Cacumbis

Lambe-sujo Chegança Congada São Gonçalo

Caboclinhos Santos Reis!...que resistente beleza!

Laranjeiras das gentes vivas cidadãs com justiça

social IDH elevado e pão repartido igualitariamente

entre todos verdadeiramente emancipada como

sonhou João Sapateiro nas asas da imaginação...

ou Laranjeiras moribunda antiPOVO

de vastos canaviais concreto armado fertilizantes

desertificada e pobreza escorchante?

Laranjeiras, minha Laranjeiras..., como

anda nossa gente, as crianças, os adultos

jovens adolescentes e os seus remanescentes

que perspectivas futurísticas há?

Mas... e a Educação das gentes, como vai?

e os seus Trabalhadores Servidores

Públicos Professoras Professores

estão condignidade de PISO já conquistado

negociado democraticamente aprovado

respeitado e Gestão Democrática, já?

Laranjeiras, Laranjeiras, atentai bem:

a libertação é cara mas é um bem precioso

necessário que passa pelas mãos do POVO!

Laranjeiras agora é UFS e a UFS...

Laranjeiras...viva para sempre viva

cravada em nossos corações ações

a saga libertária de Zumbi Mulungu...

(Prof. José, setembro/2009)